terça-feira, 25 de outubro de 2011

 :: Steve Jobs não inventou tudo

Reproduzo abaixo email do amigo André Borges Lopes sobre o erro na matéria da Veja que dizia que o Steve Jobs também tinha desenvolvido o PageMaker!
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Atualmente, eu não acredito nem na data impressa na capa.

Mas voltando à vaca fria, o Jobs não foi desenvolvedor do PageMaker não. Quem idealizou e comandou o desenvolvimento deste primeiro aplicativo de editoração eletrônica foi o Paul Brainerd, fundador da Aldus.

O Jobs foi um cara muito importante nesse processo, na medida em que ofereceu duas das ferramentas que tornaram o conceito de editoração eletrônica possível. Numa lista resumida (e sem entrar no mérito da ordem de importância), podemos dizer que esses foram "os pais" do Desktop Publishing:

1. O Steve Jobs da Apple ao colocar num computador pessoal relativamente barato (o Macintosh, de 1984) uma interface gráfica de usuário (GUI) que permitia o conceito de WYSIWYG (What You See Is What You Get - O que você vê é o que você obtém).

2. John Warnock e Charles Geschke, fundadores da Adobe, ao inventar e desenvolver a linguagem PostScript – que permitia aos computadores enviar às impressoras arquivos relativamente pequenos, contendo código com as instruções para que fossem construídos nos interpretadores locais (que chamamos atualmente de RIPs, mas já foram conhecidos como "placas PostScript") os gigantescos arquivos rasterizados de alta resolução das páginas gráficas. Posteriormente, a Adobe lançaria 3 aplicativos fundamentais do DTP: o Illustrator, o Photoshop e – bem mais tarde – o Acrobat. 1984-1989

3. Jobs, novamente, ao lançar em 1985 a Apple Laser Writer, uma impressora laser P&B de pequeno porte que reunia um engine de impressão Canon com uma placa processadora de PostScript. Não foi a primeira laser de pequeno porte (essa primazia cabe a HP), mas foi a primeira impressora de baixo custo dedicada à impressão de páginas gráficas. Embora fosse bem mais cara do que um Mac (ela custava na época US$ 7.000) ainda era 10 vezes mais barata que as laser gráficas da Xerox e da IBM.

4. Aaron Burns, co-fundador da ITC, que lançou em 1985 as primeiras famílias de fontes tipográficas vetoriais em linguagem PostScript.

5. Paul Brainerd, fundador da Aldus, que ao lançar em 1985 o PageMaker completou o quebra-cabeça do DTP com a peça que faltava: um aplicativo de layout de páginas baseado na interface gráfica no Mac e na linguagem PostScript. A Aldus ainda lançaria o FreeHand, de ilustração, e – já incorporada à Adobe – forneceu o núcleo do que viria a ser o InDesign.

5. Jonathan Seybold, um respeitado técnico e consultor especialista em artes gráficas e pré-impressão, que enxergou o potencial dessas novas tecnologias em desenvolvimento e teve um importante papel ao apresentar essas pessoas umas às outras e orientá-los para que atendessem aos requisitos do setor gráfico. 1983-1987

6. Wolfgang Kummer, da Linotype, tradicional fabricante de equipamentos de pré-impressão, que decidiu incorporar o PostScript às suas fotocomponedoras a laser, desenvolvendo as primeiras imagesetters (Linotronic 100, 300 e 500) e abrindo para o DTP a opção das saídas em alta resolução. Mais tarde, a Linotype também se tornaria importante desenvolvedora de fontes tipográficas PostScript e, associada a Hell, produziria os primeiros scanners de cilindro de alta qualidade compatíveis com a tecnologia do DTP. 1983-1986

7. Tim Gill, fundador da Quark, que lançou em 1987 o então revolucionário QuarkXpress, elevando a paginação em DTP a um nível de profissionalismo até então inédito.

(Para finalizar uma contribuição de Ricardo Minoru)
8. Douglas Engelbart inventou o mouse na década de 60, mas somente em 1981 veio a ser utilizado pela Xerox que o incluiu como periférico de seu computador Star. Poucos anos depois, a Apple solicitou à Xerox as especificações do dispositivo para que pudesse incluir um mouse junto com o seu Macintosh para poder tirar proveito da interface gráfica.

7 comentários:

Cristiano Rossi disse...

Genial.

Itamar disse...

Como seria bom se todas as informações chegassem a grande massa desta maneira. Cada qual com seu qual!
Parabéns, pela iniciativa.

cfaline disse...

Eu senti um ligeiro puxa-saquismo da Veja nessa matéria e só terminei de ler por curiosidade. Nela eles falam que o player da Sony não era funcional. Engano, o player da Sony era perfeito! Comprei no Japão e funcionava super bem. Inclusive os phones, que foi a principal reclamação dos usuários do Ipods das gerações mais antigas.

Anônimo disse...

ENTÃO ISSO DEVERIA IR PARA A ERRATA DA VEJA, QUE COMO SEMPRE GLORIFICA E MISTIFICA AS COISAS.
ABRAÇOS!!!

miguel heichard disse...

Genial, o 'remenber' de todas essas vitoriosas inovações tecnológicas que nos facilitam a vida, tanto pesssoalmente e mais ainda profissionalmente. Parabéns Vitor Vicentini.
Paz Profunda

dmauriciocampos disse...

Gostaria de tirar uma dúvida de como colocar o menu do Indesign em ingles.

Boa noite Vitor.
Estou com o seguinte problema onde trabalho tem o indesign em português. Estou acostumado e prefiro usa-lo em inglês. Por esse motivo preciso saber como faço para mudar o idioma do Indesign de português para inglês. Já tentei reinstalar o indesign em inglês por cima e ele continua em português e para piorar ainda mais o indesign não tem a mesma opção do Photoshop de mudar a língua do menu.

Você sabe como posso colocar o indesign que está com o menu em português para Inglês?

Vitor Vicentini disse...

Mauricio,
Desinstale a versão em português, removendo inclusive as preferências, antes de instalar a versão em inglês.
Boa sorte.
Vitor